sábado, 20 de abril de 2013

Espera que o Sol já vem.

Eu nem sei como começa, mas começa.
Devagar, cheio de receios e dúvidas, mas quando você se dá conta isso já faz parte de você.
Da sua rotina, do seus planos, da sua família, dos seus amigos, da sua casa, da sua vida...
E na mesma velocidade que começa termina.
Dizem que é assim mesmo a vida.
Eu ainda tenho minhas dúvidas.
Será que sou um dos poucos românticos incuráveis que restam no planeta?
Pode ser.
Entre tantas promessas só me restaram as que agora são feitas de frente ao espelho, pra mim mesma.
Promessa de que vai passar, de que minha cabeça vai continuar erguida, de que eu tenho o controle disso.
Promessa de que isso não vai se repetir, de que amanhã vai doer menos, de que o tempo apaga, cicatriza.
Tempo.
O bendito tempo.
Pra quem tá do lado de cá, cada segundo dura uma hora.
Mas eu quando eu tava do lado de lá, cada segundo foi uma fração dele mesmo.
Dizem que quando alguma coisa é muito boa o tempo passa mais rápido.
E passou.
E quando as coisas são ruins, elas tem a mania de parecer eternas.
Na minha incurável cabeça algumas coisas não encaixam.
Chega uma hora na vida em que a claridade das coisas assustam, ou você encara, ou você continua no seu comodismo.
É aí que nada está se encaixando.
Serei eu também uma eterna tola? Que ainda acredita nas promessas feitas olhando nos olhos?
Que ainda se comove? Se apaixona? Confia? Se entrega? Tenta e retenta quantas vezes forem necessárias?
Na minha cabeça eu já ensaiei esse discurso milhões de vezes.
Mas eu nunca vou ter a chance de realmente dizer olhando nos seus olhos, assim como você um dia olhou nos meus e me fez acreditar que tudo isso era real.
Eu não consigo ser fria. E nem morna.
Meias verdades, meias palavras, meias vontades, meias tentativas, meia dedicação, meio empenho, meio cuidado, meia entrega, meio desejo, meias demonstrações, meio sentimento, meio amor.
Inteira verdade, inteiras palavras, inteiras vontades, inteiras tentativas, inteira entrega, inteiro empenho, inteiro cuidado, inteiro desejo, inteira dedicação, inteira demonstração, inteiro sentimento, inteiro amor.
Sua visão, minha visão. Minha visão, sua visão.
As coisas saem do eixo antes que você possa retomar o fôlego.
A dor de não saber, a dor de desconfiar, a dor de acreditar, a dor de aceitar, a dor de entender, a dor de desistir, a dor de prosseguir.
Momentos ruins, engavetados. Momentos bons, insistindo em martelar.
Reaprender. É a palavra.
Reaprender os gostos, os sonhos, as vontades. Reaprender em se colocar como prioridade, a voltar o foco pra você.
Pro que você quer, pro que você deseja, pro que você planejou, pro que você é, foi e ainda quer ser.
Temos o chato defeito de ainda esperar algo dos outros, principalmente consideração.
A decência de se explicar, de perdoar, de ouvir, de resolver, de guardar com o zelo o que foi especial um dia.
Não sei realmente onde isso acabou aí dentro.
Num "abracadabra" e puff, lá se foi.
Não acho que isso seja se humilhar. Alguém precisa deixar o orgulho de lado alguma vez.
Vejo isso como um desabafo da minha parte.
Não consigo ser menos intensa do que isso. Menos viva do que isso..e como alguns dizem, menos "maluca" do que isso.
Eu sei até onde já fui. Sei onde quero ir. E já sei como ir.
Eu sei o que já conquistei. Sei o que falta conquistar. E já sei por onde começar.
Que falem, que achem, que pensem.
Quem precisa saber, sabe.
Quem precisa ficar, fica.
Quem precisa reconhecer, reconhece.
Quem precisa amar, ama.

Eu tomei uma posição. Você fez uma escolha.

Hora de engavetar também os momentos bons.

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